O papel do professor
Para tratar a formação dos professores na área de educação especial o texto da LDB nº 9.394/96 estabelece que:
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
III- Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.(art.59)
À medida que este fato assim subscrito no artigo acima for concretizado, a educação especial será substituída pela educação regular e grandes aberturas acontecerão à integração social dos deficientes em geral, acolhidos entre os normais, na escola será sem duvida, mais fácil se efetuar a sua desmarginalizacão em outros ambientes inclusive da própria família.
A admissão de alunos deficientes em classes regulares portanto envolve a capacitação de professores que se propõe a esse trabalho.
E preciso, pois, tratar dessa questão desde a formação mínima do magistério ate o curso de pedagogia, para que estas classes ofereçam uma vivencia que reforce o caráter democrático da escola e da sociedade que o abriga. O professor deve estar apto a desenvolver um trabalho que igualize as oportunidades educacionais entre normais e deficiente, sem prejuízo para ambos. (MANTOAN, 1997, p .148)
Segundo Mantoan (1997), o grande desfio para o professor em termo de sua e atuação segundo um currículo construtivista de educação para o deficiente esta em fazê-lo encarar o aluno como uma pessoa que age decide e pensa com seus próprios meios.
Desta forma vencida esta barreira inicial e estando o professor certo de que sua função não e ensinar, mas criar situações para que o sujeito aprenda passando então o construtivismo a ser visto com menos empecilhos.
A autora afirma que trabalhar a partir de um currículo construtivista impõe do professor resolver verdadeiros conflitos internos, provocado pela dificuldade de incorporar idéias educacionais que fazem a regra do método mais usuais.
Cabe então ao professor seguir os passos de seus alunos no sentido de fazer por seus próprios meios a resposta ou conhecimento a que ele tem condições de acesso, tendo plena responsabilidade na perspectiva educacional, influindo nos alunos a segurança necessária para fazer com que se sintam motivados a enfrenta as dificuldades escolares, buscando eles próprios as soluções para os seus problemas, tendo autonomia para resolvê-la.
Neste enfoque o professor precisa antes de mais nada conhecer o seu aluno, sua realidade e assim traçar dele um perfil servindo de base para as elaborações de suas atividades. “Um traçado não se restringe ao um único aspecto do desenvolvimento, mas ao seu sujeito por inteiro”. (Mantoan, 1997, p.156)
“No documento `Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica”, de 2001, o Conselho Nacional de Educação explicita o perfil desejado de formação de professores que, como se pode observar, dificilmente seria atingido no nível médio.
1º- São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que, em sua formação de nível médio ou superior, foram incluído conteúdos sobre educação especial adequado ao desenvolvimento de competências e valores para :
1 -Perceber as necessidade educacionais especiais dos alunos e valorizar a educação exclusiva.
II – Flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimentos de modo adequado nas necessidades especiais de aprendizagem.
III – Avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para atendimento de necessidades educacionais especiais.
IV – Atuar em equipe exclusiva com professor especializado em educação especial.
2º- São considerados professores especializados em educação especial aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos pedagógicos e práticos alternativos adequados ao atendimento das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo ao professor de classe comum nas praticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especial.(CNE/CEB, Res.nº 2,2001 art.18)
De acordo com Mazzotta (1996), não cabe ao professor ao professor papel de mero executor de currículos e programas pré- determinados, mas de alguém que tenha condições de escolher atividades, conteúdos ou experiências que sejam mais adequadas para o desenvolvimento das capacidades fundamentais do grupo de alunos, tendo em conta seu nível e suas necessidades.
Portanto não há uma seqüência ideal de conteúdos, atividades ou experiências que atenda apropriadamente todos os grupos de alunos, porem isto não significa que seja possível ou adequado preparar um currículo que possa satisfazer a um conjunto de alunos, mas que diferentes maneira de atuar com os alunos, de desenvolver os componentes curriculares, de combinar as situações de ensino e aprendizagem devem ser efetivadas a fim de conduzir ao ponto comum almejado.
Segundo Mantoan (1997), o professor deve primeiramente traçar um perfil servindo de base para a elaboração de atividades e interações que venham ao encontro do que o aluno necessita para sua evolução.
Para tanto é preciso que haja interesse do professor, competência, dedicação e versatilidade na atuação de sua pratica pedagógica. É preciso que o professor compreenda o que esta por trás do comportamento expresso e supostamente apresentar ao portador de deficiência desafios a sua capacidade atual de ultrapassá-los, com vistas a que a estas sejam acrescidas novos meios, para isso o professor precisa esta preparado, procurando aperfeiçoá-lo a todo momento. “É imprescindível que o professor estude, atualize-se e procure adaptar os novos conhecimentos adquiridos, partindo de hipóteses levantadas em seu próprio espaço educacional”. (Mantoan, 1997, p.156)
Segundo Mantoan (1997), o professor precisa ser antes de tudo um profissional que não se contenta em reproduzir métodos e técnicas, aplicando-os a sua classe diretamente, porque deu certo em outro lugar. Por trás de sua pratica há de existir sempre uma questão que se reelabora a medida que vai sendo respondida, constituindo-se de uma cadeia experimental.
Para o autor independente das dificuldades advindas de sua deficiência todo aluno pode ,a seu modo e em seu tempo, se beneficiar de programas educacionais. Eles apenas precisam que lhe sejam dados oportunidades adequadas para desenvolver seu potencial de aprendizagem e conseqüentemente se integra. O professor deve manter uma postura coerente , pois enquanto exemplo, e não modelo a ser imitado, ele é também , elemento de referência para que o aluno possa construir sua própria identidade. O professor deverá conhecer a deficiência e sua dificuldade; através das observações, antecipar atividades educativas para minimizar e ou eliminar as dificuldades de seu alunos como trabalhar para promover seu avanço em busca de seu desenvolvimento global ,sem rotulação o enquadramento nesse ou naquele perfil estereotipada da área em foco .
Quanto ao quadro curricular a ser trabalhado na educação inclusiva, devera ser observada aquele preconizado para a educação comum, cabendo ao professor especializado adaptá-lo, fazendo com que ele seja enriquecido, suprimido ou modificado afim de que seja adequado ao nível de desenvolvimento dos alunos.
Segundo Mazzotta (1996), as instituições escolares devem contar com meios adequados para atendê-los, pois quando se fizer necessário o atendimento do aluno deficiente mediante situações escolares especiais, que impliquem, alterações no conteúdo, na metodologia e no ambiente de aprendizagem para que possamos falar em organização curricular especifica. “Em principio todo currículo será especial na medida em que considera que e a escola que cabe a tarefa de elaborar o seu currículo.” .(Mazzotta, 1996, p. 100)
Portanto os currículos devem ser baseados de acordo com as necessidades e realidades de tais alunos.
O professor jamais pode deixar os alunos portadores de necessidades edificativas especiais à margem da sociedade, pois a socialização do individuo é fundamental para tornar o processo de ensino aprendizagem bem natural, busca conhecer, identificar o nível de desenvolvimento do aluno para a elaboração do planejamento é necessário para que eles possam atingir os objetivos dos demais alunos da turma, mesmo sabendo que o seu ritmo de aprendizagem é mais lento.
O professor deve ter a consciência que nem todos aprendem da mesma maneira, e por isso ele precisa ser o mediador, buscar a partir dos interesses e conhecimentos o caminho para o desenvolvimento da capacidade de crescimento do ser humano.
Na visão de Mazzotta (1996), a educação dos alunos com necessidades educativas especiais tem os mesmos objetivos da educação de qualquer cidadão, algumas modificações são as vezes requeridas nas organizações e no funcionamento da educação escolar para que tais alunos usufruam dos recursos escolares de que necessitam para o alcance dos seus objetivos.
Para tanto é preciso que se construa a socialização tanto com o deficiente quanto com os pais,pois a participação dos próprios na vida escolar de seus filhos e importantíssimo para o seu desenvolvimento e para sua integração na esta. Estar compartilhando preocupações e expectativas, tomando iniciativas conjuntas favorecem no trabalho educacional do professor.
Portanto a participação dos pais será sempre fundamental porque eles devem se sentir parte do processo ensino aprendizagem e de um papel importante que é o da socialização.
Cabe aqui o professor dar o passo para que essa socialização de fato aconteça.
Enfim, é preciso que se pense primeiramente na formação do educador, não como uma formação para a inclusão, pois não há como formar alguém para a diversidade, mas como um individuo que possa dar a estas crianças suportes para que realmente elas aprendam e assim convivam com as outras crianças sem discriminação, livre do preconceito e sobretudo que sejam respeitadas suas limitações e o seu tempo de aprendizagem.